IMD recebe engenheiro da Microsoft para curso aberto sobre linguagem Rust

Wedson Torres já trabalhou em três big techs e ensinará linguagem RUST. Curso será gratuito
25-10-2023 / ASCOM
Curso Formação

O Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN) sediará, entre os dias 21 e 30 de novembro, um curso sobre uma das linguagens de programação mais visadas por big techs de todo o mundo, a Rust. O curso, que será aberto ao público externo, será ministrado por Wedson Torres, engenheiro de software da Microsoft – e que também já trabalhou em empresas como Facebook e Google.

Os encontros acontecerão presencialmente, na sede do IMD, às terças e quintas-feiras pela manhã, e funcionarão como um curso de extensão – cujo ingresso é permitido por qualquer pessoa interessada em Tecnologia da Informação (TI) e programação, não sendo necessária matrícula na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). São oferecidas ao todo 30 vagas e as inscrições podem ser feitas neste link.

“A ideia é ensinar sobre o funcionamento da linguagem de programação, além de facilitar e modernizar o estudo de sistemas operacionais. Então vamos fazer atividades práticas de escrita de códigos em Rust e discutir desafios e aplicabilidades da ferramenta”, explica Wedson Torres.

Essa será a primeira vez que o IMD oferece um curso exclusivamente sobre programação em Rust. O Instituto já havia recebido o engenheiro para um momento prático de desenvolvimento, “mas o foco era juntar algumas pessoas para contribuir com o desenvolvimento de um módulo do núcleo do sistema operacional Linux. Ou seja, as pessoas já conheciam um pouco da linguagem e a proposta agora é ensinar do início”, explica Torres.

O IMD também já sediou, em fevereiro de 2020, uma apresentação do engenheiro na qual ele falou sobre seu trabalho nas três maiores empresas de tecnologia do mundo.

Trabalho voluntário

A ideia de oferecer um curso sobre a nova linguagem de programação surgiu com a volta de Wedson Torres a Natal – onde o engenheiro pretende morar por cerca de um ano – e sua escolha por trabalhar voluntariamente para compartilhar conhecimento com a comunidade universitária.

Formado na UFRN em 2001, Torres conta sobre seu sentimento de gratidão por toda a formação proporcionada pela Universidade durante sua graduação.

“Ao entrar na Universidade, em 1998, essa era minha segunda casa e foi um período muito importante para mim. Me formei e passei esses anos todos na indústria, mas sempre me senti em dívida com a UFRN por tudo o que ela me proporcionou. Penso que essa é a oportunidade de retribuir à Universidade o que ela me deu anteriormente”, conta Torres.

Além do curso deste ano, Torres também pretende, no próximo semestre, ser o primeiro professor voluntário do IMD e ministrar uma turma da disciplina de Sistemas Operacionais. A ideia é partilhar suas experiências adquiridas ao longo dos últimos 20 anos na indústria de TI e também promover habilidades de programação em Rust para os alunos do Bacharelado em TI (BTI) do IMD.

Rust

A linguagem Rust, já utilizada na programação de módulos usuários de sistemas operacionais, é um dos atuais objetos de estudo e trabalho de Torres, que se empenha para a disseminação da ferramenta junto a softwares como Windows, Android e iOS.

“É uma linguagem moderna e que traz um grande diferencial em segurança, além de proporcionar aos sistemas operacionais mais rapidez e uma diminuição do consumo de memória. Rust também permite o gerenciamento automático de memória, diferentemente de ferramentas tradicionais como C e C++. Essa é uma tendência mundial e a indústria tem se movido nessa direção”, comenta Torres.

Essa vantagem de Rust é capaz, segundo o engenheiro, de suavizar a maior fonte de vulnerabilidade de sistemas operacionais utilizados até então: “cerca de 70 a 80% dos riscos de segurança, como invasão de hackers nesses softwares, advêm da dinâmica do uso de memória por parte desses sistemas”, conta.

A segurança é, portanto, uma das principais vantagens dessa ferramenta, o que tem chamado atenção, inclusive, de empresas como Google, Facebook, Microsoft e Linux Foundation.

Sobre essa, Wedson Torres conta que passou os últimos anos trabalhando junto à comunidade Linux para o uso de Rust no núcleo (kernel) do sistema operacional e comemorou, no ano passado, a incorporação da linguagem junto ao software.
Hoje, além de engenheiro da Microsoft, Torres é um dos principais mantenedores do Linux, software livre que recebe de usuários de todo o mundo sugestões de melhorias em seu sistema.