Professor do IMD é selecionado em programa internacional de apoio à ciência da Royal Society

Aprovação coloca o Instituto como parceiro da Universidade de Sheffield, no Reino Unido
17-11-2020 / ASCOM
UFRN Premiação

O professor e pesquisador César Rennó Costa, do Centro Multiusuário de Bioinformática (BioME) do Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN), foi classificado pela Royal Society de Londres – instituição independente de apoio à ciência – como “fellow” para o programa Newton Advanced Fellowship, o qual financia pesquisas estrangeiras feitas em parceria com organizações britânicas.

Divulgada no início deste mês, a aprovação classificou um projeto, apresentado pelo docente, que receberá recurso financeiro de 74 mil libras (pouco mais de R$ 500 mil). A iniciativa será executada em parceria com a Universidade de Sheffield, no Reino Unido, referência mundial em estudos sobre processamento de linguagem natural e interfaces entre a Neurociência e Inteligência Artificial (IA).

A pesquisa terá duração de dois anos e coloca o IMD como parceiro da universidade britânica. O recurso conquistado será destinado ao financiamento de missões de pesquisa, eventos de treinamento e compra de equipamentos.

“Este prêmio é um indicativo da qualidade da pesquisa realizada no IMD, reconhecido internacionalmente, e é um reflexo dos nossos esforços em busca da internacionalização da instituição”, celebra o professor César Rennó.

Software

O projeto aprovado promoverá a construção de um software capaz de simular a produção da linguagem humana a partir de uma experiência ou de uma memória. Para isso, serão utilizados modelos de memória fundamentados na neurociência e programas de produção de linguagem natural.

“Poderemos avaliar como déficits de memória típicos de doenças psiquiátricas, como esquizofrenia, são refletidos em um diálogo. Para isso, utilizaremos Análise da Descrição de Sonhos, que prevê surtos psiquiátricos com meses de antecedência. Assim, buscamos entender a causa dessas modificações na fala e na escrita, o que nos permitirá aprimorar avaliações e propor novas formas de intervenção terapêutica”, explica César Rennó.

Sob a coordenação do professor, o projeto contará com a participação de discentes do Programa de Pós-graduação Bioinformática (PpgBioinfo/IMD), alunos de pós-graduação da Universidade de Sheffield e outros professores do Instituto.

Colaboração

Segundo o César Rennó, para concorrer ao programa, cada projeto submetido candidatou um pesquisador junto a uma instituição britânica “hospedeira”. As propostas também tiveram que contemplar a capacitação desse pesquisador brasileiro sobre metodologias ou áreas de trabalho nas quais a organização hospedeira fosse referência.

Submetido de forma conjunta, o projeto que elegeu o docente do IMD como “fellow” foi elaborado por meio de uma colaboração entre o MoiRe Lab – laboratório do BioMe coordenado pelo professor Rennó – e o Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Sheffield, representado pela professora Aline Villavicencio.

“O estabelecimento de uma parceria com um grupo de referência na área de processamento de linguagem criará oportunidades de pesquisa em uma das áreas mais relevantes no campo da Inteligência Artificial, contribuindo para que o IMD se torne um centro de referência nesse campo”, considera Rennó.

Ainda colaboram com o projeto o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Marco Idiart; a pesquisadora do Instituto do Cérebro (ICE) da UFRN, Natalia Mota; e o professor da Universidade de Birmingham, Ole Jensen.

Outras parcerias

Apesar de recente, a parceria com a Universidade de Sheffield não é a primeira mediada pelo Newton Advanced Fellowship. Em maio deste ano, o professor do IMD Renan Moioli também se tornou "fellow” do programa britânico, desenvolvendo uma pesquisa em parceria Universidade Herriot-Watt, em Edimburg, na Escócia.

Além dele, o professor Samuel Xavier, do Departamento de Engenharia da Computação e Automação (DCA) da UFRN, firmou parceria com a Universidade de Bristol, em 2016.